sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O homem do terno flamingo

Um dia acordou ao avesso
E ao avesso virou o armário
Encontrou as fantasias de sempre, de Paulo, Jose de João e de otário 
No relógio o atraso gritava, o café abandonou por la mesmo
Quando viu tava o nego na rua, Mas put's ! Esqueceu, se vestiu de si mesmo
Era um terno charmoso flamingo, Fino, bonito de homem maduro
Percebeu já não tinha mais volta
Ou buscava o Oscar ou beijava o futuro.
Pelas ruas  João e Marias , vestidos em traje de saco de feijão
Que apontavam e riam de morrer, e morriam!, De inveja cravada do negão
Foi dissipando ulceras nervosas em toda vizinhança, 
Com aquele andar balançado um certo gingado cheio de segurança
Final do expediente assim foi falado, foi chamado prum papo com o patrão 
Chincha nada! A pergunta foi reta e direta : Qualé a tua, negão?


Edson Rosa


 Óleo sobre tela - Georgia Lobo






5 comentários:

  1. Minha praia ! Adorei.
    É isso mesmo que acontece todo dia , principalmente com quem ousa sair do lugar comum.
    O melhor é acabar de ler e logo ter 1000 idéias pipocando na cabeça.
    Obrigada por esse refresco !
    Bjks

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  2. Que bela obra!!!! Maravilhoso!!! Você é incrivelmente incrível.

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  3. Adorei o texto . Que você continue brilhando e ousando por aí "pretin" . TMJ !

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  4. A poesia te pegou de jeito, hein!? Bela obra, belo conjunto de palavras, bela essência transcrita....parabéns mais uma vez!!!!

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