E ao avesso virou o armário
Encontrou as fantasias de sempre, de Paulo, Jose de João e de otário
No relógio o atraso gritava, o café abandonou por la mesmo
Quando viu tava o nego na rua, Mas put's ! Esqueceu, se vestiu de si mesmo
Era um terno charmoso flamingo, Fino, bonito de homem maduro
Percebeu já não tinha mais volta
Ou buscava o Oscar ou beijava o futuro.
Pelas ruas João e Marias , vestidos em traje de saco de feijão
Que apontavam e riam de morrer, e morriam!, De inveja cravada do negão
Foi dissipando ulceras nervosas em toda vizinhança,
Com aquele andar balançado um certo gingado cheio de segurança
Final do expediente assim foi falado, foi chamado prum papo com o patrão
Chincha nada! A pergunta foi reta e direta : Qualé a tua, negão?
Edson Rosa
Óleo sobre tela - Georgia Lobo