Normal era dizer à Fátima do meu amor
Normal era me emaranhar em Ana sem nenhum pudor
Normal era chegar na segunda com a maior cara lavada
E encontrar café, filhos, mulher e uma porta sempre escancarada
Entre outras, Ana és a minha melhor confusão!
Entre Fátima, Ana é minha pior contramão.
Entre coxas, Fátima nunca me deixa na mão
E por querer todas em um só corpo
Hoje sou só solidão.
Edson Rosa.
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
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Eis um texto escrito há algum tempo para seu desfrute. Corrijo-me. Não se trata de um texto, mas sim de um grito.
ResponderExcluir"Treze de maio
Que agora contem outra história a teu respeito
Que mesmo na glória não escondas tuas marcas
Pois és feito do barro do fundo do navio
Da lavoura pesada, banzo, pelourinho
Não és menor
És senhor do teu destino
Fruto da maldição e da ousadia
Que não mais te olhem de banda
Mas que te escutem, que te queiram bem
Que teu brilho, filho meu,
Invada não só ruas, becos e buracos
Mas também a corte, os salões e palácios
Que tua música, teu balanço não se curvem
Diante das cordas, concertos e trompetes
Vás filho meu, vás à luta
Pois dela conheces bem
Nela fizestes tua morada
Vás, filho meu, e vive o que meus olhos já não podem
Confio a ti as desilusões de minha mocidade
Confio a ti o bom papel, a boa conduta
Vás, filho meu, vás à luta
Vás à luta porque eles já não te agüentam
Tentarão um novo regime
Uma nova senzala
Indagarão teu valor, teu trabalho
Impedirão teus rituais, teus carnavais
Confio a ti minhas cantigas, minhas danças
Serão raízes para tua energia
Planta teu milho, tua mandioca
Luta tuas guerras – evita as deles
Desconfia da boa vontade
Pois nos atravessou o Atlântico
Roubou-nos os filhos dos senhores
Ferindo a alma, o sangue, o pulmão
Tornando a morte desejosa e querida
Vás, filho meu, vás a luta
E mostra que não há diferenças
Que és brasileiro, que és mineiro
Que és limpo, tão bom ou ainda melhor
Prova que podes defender papéis
Que podes construir vidas
E que vales mais que alguns contos de réis."
R Freitas
Eis um texto escrito há algum tempo para seu desfrute. Corrijo-me. Não se trata de um texto, mas sim de um grito.
ResponderExcluir"Treze de maio
Que agora contem outra história a teu respeito
Que mesmo na glória não escondas tuas marcas
Pois és feito do barro do fundo do navio
Da lavoura pesada, banzo, pelourinho
Não és menor
És senhor do teu destino
Fruto da maldição e da ousadia
Que não mais te olhem de banda
Mas que te escutem, que te queiram bem
Que teu brilho, filho meu,
Invada não só ruas, becos e buracos
Mas também a corte, os salões e palácios
Que tua música, teu balanço não se curvem
Diante das cordas, concertos e trompetes
Vás filho meu, vás à luta
Pois dela conheces bem
Nela fizestes tua morada
Vás, filho meu, e vive o que meus olhos já não podem
Confio a ti as desilusões de minha mocidade
Confio a ti o bom papel, a boa conduta
Vás, filho meu, vás à luta
Vás à luta porque eles já não te agüentam
Tentarão um novo regime
Uma nova senzala
Indagarão teu valor, teu trabalho
Impedirão teus rituais, teus carnavais
Confio a ti minhas cantigas, minhas danças
Serão raízes para tua energia
Planta teu milho, tua mandioca
Luta tuas guerras – evita as deles
Desconfia da boa vontade
Pois nos atravessou o Atlântico
Roubou-nos os filhos dos senhores
Ferindo a alma, o sangue, o pulmão
Tornando a morte desejosa e querida
Vás, filho meu, vás a luta
E mostra que não há diferenças
Que és brasileiro, que és mineiro
Que és limpo, tão bom ou ainda melhor
Prova que podes defender papéis
Que podes construir vidas
E que vales mais que alguns contos de réis."
R Freitas